Orientações Nutricionais para Doenças Cardiovasculares
Alimentação para controlar e prevenir as doenças cardiovasculares
Uma alimentação adequada pode alterar a incidência e a gravidade das doenças coronárias. É comprovado: populações com diferentes dietas apresentam variações na mortalidade cardiovascular. Para se “proteger”, veja as dicas abaixo:
- Tenha uma alimentação rica em vegetais, frutas e grão integrais.
- Consuma soja e peixes (salmão, sardinha, atum, arenque) em preferência a outras fontes protéicas (carnes).
- Limite o consumo de gordura saturada (gordura animal, carnes gordurosas, leite integral e derivados) e gordura trans (margarina, sorvete cremosos, chocolate, pães, biscoitos). Substitua por gorduras de boa qualidade (monoinsaturadas, encontradas em azeite, amêndoas, abacate)
- Modere o consumo de bebida alcoólica. Recomendação diária: 1 dose para mulheres e 2 doses para homens (cada dose corresponde a 1 lata de cerveja ou 120ml de vinho). Não cumulativo!
- Controle o consumo de sal (sal de cozinha) e alimentos ricos em sódio (enlatados, embutidos, produtos industrializados: shoyu, salgadinhos de pacote, etc).
- Faça exercícios físicos sob orientação.
Gorduras
Gordura saturada: aumenta os níveis de colesterol. Pode ser encontrada em carnes gordurosas, leite e seus derivados integrais, polpa de coco e alguns óleos vegetais (dendê e coco).
Gordura trans: aumenta o LDL- colesterol e diminuiu o HDL-colesterol. Encontrado em alimentos industrializados (margarinas, biscoitos, bolos, pães, pásteis, batata chips, sorvetes cremosos).
Colesterol dietético: possui efeito menor sobre os níveis de colesterol quando comparado com a gordura saturada. Encontrado somente em produtos de origem animal (vísceras, pele de aves, embutidos e frios, gema do ovo, frutos do mar).
Gordura monoinsaturada: ao serem substituída pela gordura saturada, reduz o colesterol total e aumenta o HDL-colesterol. Fontes alimentares: azeite, óleo de canola, avelã, amêndoas e abacate.
Ômega 6 e Ômega 3: O ômega 6, embora não prejudicial, é mais susceptível à oxidação e talvez reduza o HDL-colesterol. É encontrado em: óleo de milho e soja. Já o ômega 3 reduz os níveis de triglicérides, melhora a função plaquetária e promove ligeira redução na pressão arterial em pessoas hipertensas. Fontes: peixes de águas frias e profundas como salmão, arenque, atum e sardinha.
Frutos oleaginosos
Frutos oleaginosos: reduz risco de doenças cardiovasculares, pois apresentam 60% das calorias provenientes de gordura monoinsaturada, que auxilia no controle dos níveis de colesterol (diminui o colesterol total e o LDL, sem diminuir o HDL).
Fitosteróis
Fitosteróis: desempenham nos vegetais função análoga ao colesterol no tecido animal. No organismo, competem com o colesterol no momento da absorção intestinal. Comumente encontrados em margarinas enriquecidas com fitosteróis, se consumido na quantidade recomendada (20g de margarina), reduz o colesterol total e o LDL-colesterol.
Sal
Sal (sódio): O sal aumenta a pressão no avançar da idade e também há chances maior de aumento da pressão em indivíduos normotensos com histórico familiar de hipertensão. Além sal de mesa (sal de cozinha), muitos alimentos processados contêm sódio (frios, embutidos, enlatados, produtos industrializados). Recomenda-se no máximo 2.400 mg de sódio por dia, o equivalente a 1 colher de chá de sal.
Álcool
Álcool: Alguns estudos mostram um benefício do consumo de álcool na redução do risco de doenças cardíacas. Porém, não se deve ultrapassar mais de 1 dose diária para mulher e 2 para homens. Uma dose corresponde a 14g de álcool, que pode ser encontrado em 1 lata de cerveja, 120ml de vinho ou 1 dose de 30ml de destilados. Lembre-se: isto não é cumulativo! O consumo maior que o recomendado vem sendo relacionado a inúmeros efeitos adversos como arritmia, hipertensão arterial, derrame hemorrágico e morte súbita. O álcool também atrapalha o controle do diabetes, além de possivelmente aumentar os níveis de triglicérides.
Fibras Alimentares
Há 2 tipos de fibras alimentares: solúveis (fontes: legumes, aveia, feijão e frutas) e insolúveis (fontes: farelos e verduras). Grande parte dos benefícios nas doenças cardiovasculares estão relacionados às fibras solúveis com a redução do LDL-colesterol, melhora da tolerância à glicose e controle do diabetes tipo2. As fibras também auxiliam no controle do peso, por promoverem a sensação de saciedade. Vale lembrar que suplementos à base de fibras parece não proporcionar os mesmos benefícios.
Antioxidantes
Aumentam a resistência da oxidação do LDL-colesterol, prevenindo a aterosclerose e as doenças cardiovasculares. Dietas ricas em antioxidantes apresentam efeitos, porém há controvérsias no uso de antioxidantes isolados. São exemplos antioxidantes: Vitaminas E e C, carotenóides, flavonóides e outros compostos fenólicos. Fontes: verduras e legumes.
Vitamina E: Cuidado com suplementação, pois a associação de Vitamina E e aspirina pode ter efeitos hemorrágicos.
Carotenóides: licopeno, presente no tomate apresenta melhor absorção quando aquecido e associado a algum tipo de gordura. Previne câncer de próstata e doenças cardiovasculares.
Flavonóides: presente em frutas frescas (laranja, morango, jabuticaba e uva), vegetais (alho, cebola, berinjela), soja, chás (verde) e vinho tinto. Reduz o risco para as doenças cardiovasculares pela ação antioxidante, anti-plaquetária e anti-inflamatória
Soja
Soja: reduz o colesterol, especialmente em pessoas com colesterol alto.
Grão integrais
Grãos integrais: fontes de anti-oxidantes, fibras alimentares, fitoestrógenos, folato e vitamina B6, reduzem o risco de doenças cardiovasculares.
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